Câncer de Mama

CÂNCER DE MAMA —CÂNCER DE MAMA

O câncer de mama é o segundo tipo mais comum entre as mulheres, depois do de pele não melanoma. É o tipo de câncer que mais mata mulheres no Brasil. Apesar de ser associado na grande maioria das vezes ao público feminino, ele também acomete homens, porem numa frequência muito menor do que às mulheres.

A última estimativa do INCA (Instituto Nacional de Câncer) é que tenhamos 66.280 novos casos no Brasil em 2020. Estatisticamente a maioria dos casos da doença aparece em pacientes acima dos 35 anos, porém não é incomum pacientes mais jovens também serem diagnosticadas.

Independentemente da idade, quanto mais precoce o diagnóstico, maior a chance de cura e menor dano à mulher. Por essa razão é muito importante consultar o médico anualmente, realizar o autoexame, e realizar as mamografias anualmente a partir dos 40 anos. Caso haja histórico de câncer de mama na família, a idade para o início das mamografias deve ser antecipada, de acordo com a orientação médica.

AUTOEXAME DA MAMA —AUTOEXAME

      • Passo 1: Levante o braço direito. Com os dedos, faça movimentos circulares e suaves por toda mama direita. Repita o processo na mama esquerda.
      • Passo 2: Com os braços baixos, inspecione as mamas em frente ao espelho.
      • Passo 3: Com os braços levantados, observe se há alguma alteração na forma ou aspecto das mamas e bicos.
      • Passo 4: Esprema o mamilo delicadamente e observe se sai qualquer secreção. A observação de alterações cutâneas ou no bico do seio, de nódulos ou espessamentos, e de secreções mamárias, não significa necessariamente a existência de câncer.

Os sintomas costumam surgir tardiamente, mas existem alguns sinais de alerta, como abaulamentos na mama e axila, alterações no formato da mama e secreções papilares espontâneas, que ao serem percebidos, a mulher deve procurar auxílio médico.

O diagnóstico positivo é sempre uma notícia impactante, mas é importante estar bem informada para conversar com a equipe médica sobre as opções de terapias disponíveis e mais apropriadas para cada caso.

O IBCC Oncologia acredita que é preciso haver uma conscientização sobre a saúde da mulher considerando os aspectos físico e psicológico, buscando assim disseminar as informações mais importantes, incentivando sempre o autoexame e consultas regulares no médico. Ao sinal de qualquer caroço ou dor, o hospital aconselha a procura de um especialista para avaliação.

O melhor método para se diagnosticar precocemente o câncer de mama é o exame mamográfico. Por meio dele, pode-se identificar a doença antes mesmo dela se tornar um nódulo. Este exame pode detectar lesões não palpáveis e é indicado para mulheres que tem acima de 40 anos de idade.

Além disso, o hospital incentiva e realiza constantemente pesquisas sobre o câncer, corroborando para a busca da cura. Quanto melhor a utilização da tecnologia e mais campanhas de conscientização, mais prevenida estará a mulher.

FAQ - CÂNCER DE MAMA —FAQ

      • Dados sobre câncer de mama:
        • Tipo de câncer com mais mortalidade em mulheres no Brasil e no mundo;
        • Estimativa de novos casos no Brasil em 2021: 66.280 (2021 - INCA);
        • Número de mortes: 18.295, sendo 18.068 mulheres e 227 homens (2019 - Atlas de Mortalidade por Câncer - SIM);
        • 95% dos casos de câncer de mama têm cura se diagnosticados no início da doença (INCA).

      • Prevenção:
        1. O Câncer de Mama tem cura?
          R:O Cancer de mama tem cura sim, quando for diagnosticado no estágio inicial. Quando temos tumores não palpáveis e restritos a mama.
        1. Com qual frequência eu tenho que ir ao médico para um checkup?
          R:
          O exame das mamas e os de imagem devem ser feitos anualmente.
        1. Como eu faço o autoexame?
          R:
          O autoexame das mamas deve ser realizado uma vez ao mês, de preferência 5-7 dias após a menstruação. Deve ser feita a palpação das mamas em movimentos circulares tentando identificar nódulos, observando alterações de pele e retração dos mamilos.
        1. A mamografia é mesmo necessária?
          R:
          A mamografia é o melhor exame para diagnóstico de câncer de mama, principalmente, no estágio inicial. E deve ser feita anualmente.
        1. Se eu sentir um caroço na mama fazendo o autoexame, significa que estou com um tumor?
          R:
          Não significa. Nem todos os “caroços “, nódulos são tumores malignos. O raciocínio é ao contrário, mais de 90% dos nódulos são benignos, ou seja, não são cânceres.
        1. Minha vida é muito agitada e eu me alimento mal. Isso aumenta minhas chances de ter câncer de mama?
          R:
          Hoje em dia, já temos estudos científicos, q comprovam q a obesidade, a alimentação não saudáveis, e a falta de exercícios Físicos aumentam a produção de radicais livres e assim as chances de qualquer câncer, inclusive de câncer de mama.
        1. Tenho uma prótese de silicone, isso aumenta a chance de ter câncer de mama?
          R:
          Não. Não aumenta.
        1. A prótese de silicone prejudica ou autoexame, ou a mamografia?
          R:
          Não prejudica. Existem manobras de afastamento das Próteses q fazemos para facilitar o exame de mamografia e o autoexame.
        1. Minha mãe, avó, etc. teve um outro tipo de câncer (ovário, tireoide, pulmão, etc.). Isso aumenta minha chance de ter câncer de mama?
          R:
          Quem tem familiares de 1 grau com história de câncer de mama, ovário, tireoide, próstata, intestino tem um aumento de chance de desenvolver esses cânceres. São considerados do grupo de alto risco e devem ser acompanhados de maneira especial. Há a possibilidade de investigar com testes genéticos para ver se essas pacientes apresentam mutação genética e assim mais chance de desenvolver esses tumores.
        2. Eu tenho um nódulo benigno na minha mama. Tem chance dele se tornar maligno?
          R:
          Não. Um nódulo originalmente benigno não se transforma em maligno. O nódulo maligno já nasce maligno e detectamos na biópsia.
        3. Parei de menstruar aos xx anos, isso aumenta minha chance de ter câncer de mama?
          R:
          Sabemos que pacientes que menstruaram precocemente (antes dos 10 anos) e pararam de menstruar mais tardiamente (após os 55 anos) ficaram mais expostas aos ciclos hormonais que tem influência sobre a divisão celular das mamas, assim tem mais chance de ocorrer erro nestas divisões celulares e desenvolver o câncer de mama.
        4. Além da mamografia e o autoexame, quais outros exames existem para detectar o câncer de mama?
          R:
          Podemos realizar a Ultrassonografia de mamas, principalmente, nas pacientes antes dos 40 anos e com mamas densas. E tambem temos a ressonância magnética, usada nas pacientes com próteses de silicone e com alto risco para câncer de mama.
        5. Homem também tem câncer de mama? Qual a diferença do tratamento para homens e mulheres?
          R:
          E mais raro, mas pode ocorrer. A incidência e de aproximadamente de 1% na população masculina. Normalmente, esses homens têm ginecomastia, crescimento anormal das mamas nos homens, ou história de câncer de mama em homens na família.
          O Tratamento deve ser mais agressivo, com a retirada de toda a mama, a mastectomia.
      •  Tipos de tumores e nódulos e a gravidade de cada um: 
        1. Se eu sentir um caroço na mama fazendo o autoexame, significa que estou com um tumor?
          R:
          Primeiramente, é importante fazer a definição de alguns termos técnicos. As lesões mamárias basicamente podem ser diferenciadas em:

          • Cistos - lesões em geral com capsula e conteúdo líquido fluido ou líquido espesso em seu interior
          • Microcalcificações - pontos pequenos visíveis apenas nos exames de imagem, não sendo possível palpá-las
          • Nódulos - lesões palpáveis com medida de até 3cm e de conteúdo sólido
          • Massas - lesões palpáveis de tamanho maior do que 3cmQuando nos referimos a “caroço” ao autoexame, significa que qualquer uma das lesões palpáveis acima pode estar sendo sentida pela paciente.
            Estas lesões podem ser benignas ou malignas e as características à palpação e aos exames de imagem, a análise citológica ou histológica das mesmas pelo médico patologista é que define esta característica de comportamento.
            Então, a palpação pelo autoexame é parte importante e complementar aos exames de imagem e consulta com o mastologista para a detecção de lesões mamárias benignas ou malignas.
        1. Como eu vou saber se um caroço no seio pode ser um tumor?
          R:
          As lesões palpadas pela paciente podem ser cistos, nódulos benignos, nódulos malignos. Todas merecem ser avaliadas imediatamente pelo mastologista assim que percebidas. As características de cada lesão à palpação (regularidade, mobilidade, tamanho, sinais de inflamação como vermelhidão, dor ou secreção local) são importantes para a suspeita clínica. Os exames de imagem complementares (mamografia, ultrassonografia, ressonância de mamas - cada um com as suas indicações) nos ajudam a fazer a diferenciação entre todas as lesões previamente citadas e a necessidade de investigação com biópsia ou não.
          Se houver clínica e imagem suspeitos para câncer, deve-se proceder com biópsia por agulha (core biopsy ou mamotomia) para a análise histológica e imunohistoquímica.
        1. O que quer dizer tumor benigno e tumor maligno?
          R:
          Nem todo nódulo é câncer. Todo nódulo é algum tipo de proliferação celular aumentada, podendo ser desencadeado por características adquiridas ou mudanças genéticas nas células mamárias. O início desta divisão celular desordenada, pode acontecer originando clones de células com características benignas ou malignas (estas últimas apresentam muitos mecanismos de invasão de tecidos vizinhos, vasos linfáticos ou sanguíneos e crescimento progressivo, com risco de progressão para outros órgãos).
          Dentre os nódulos mamários, os encontrados com maior frequência são:

          • Fibroadenomas: lesões benignas, regulares circunscritas de até 3cm em geral (mas podem ser maiores); e cuja incidência é maior em pacientes jovens e em casos muito raros podem ter associação com câncer de mama. Podem causar desconforto à palpação.
          • Tumores Phyllodes: na sua maioria são lesões benignas, muito parecidas com os fibroadenomas, exceto pela particularidade de que podem crescer muito, ocupando toda a mama em alguns casos. São divididos em benignos, borderline e malignos. Devem ser retirados com margem na cirurgia pois têm maior risco de retorno, mesmo que seja da variante benigna, em caso de margens muito pequenas na ressecção.
          • Papilomas: em sua maioria não são palpáveis, mas em alguns casos podem crescer e ser palpáveis. O sintoma mais comum associado a eles é secreção saindo pelo mamilo, podendo ser hemorrágica. Devem ser investigados por biópsia ou cirurgia.
          • Carcinomas: estes sim, são lesões de comportamento maligno. Quando palpáveis, em geral são lesões mais endurecidas, irregulares, podendo ou não estar associada dor local ou outros sinais se houver detecção mais tardia (úlceras, vermelhidão na pele, edema, sangramento). Quando suspeitados por exame físico ou imagem devem prontamente ser investigados, pois estes podem ter crescimento rápido e progressão para outros órgãos.
        1. Um tumor benigno pode permanecer no meu corpo para o resto da vida?
          R:
          Lesões benignas de mama podem ser diagnosticadas pelo exame físico, exames de imagem e biópsia por agulha. Tratando-se de lesões benignas, estáveis e que não causem desconforto à paciente ou incerteza quanto ao diagnóstico tanto à paciente quanto ao médico, podem ser acompanhadas por longa data, sem necessidade de cirurgia.
        1. Eu tenho um nódulo benigno na minha mama. Tem chance dele se tornar maligno?
          R:
          Em situações muito raras, um nódulo benigno evolui com carcinoma associado. Em geral isto acontece com fibroadenomas que tenham associados carcinoma lobular in situ, um tipo específico e pouco comum de lesão mamária maligna.
          A correlação clínico-radiológica adequada e o prosseguimento da investigação clínico/cirúrgica quando não for adequada conseguem elucidar qualquer dúvida diagnóstica.
        1. O que é metástase?
          R:
          A célula do câncer de mama possui mecanismos genéticos predestinados a permitir a quebra de barreiras de segurança do tecido mamário. Ela pode invadir tecidos vizinhos, incluindo vasos linfáticos e vasos sanguíneos. Predominantemente a disseminação do câncer de mama para outros órgãos ocorre pelo sistema linfático, sendo o primeiro ponto de drenagem a axila e posteriormente, cadeias linfáticas mais altas atrás da clavícula e depois entrando na corrente sanguínea no coração. Deste ponto, a célula tumoral tem acesso a outros órgãos pela corrente sanguínea e a adesão e crescimento da célula tumoral em outro fora da mama se denomina como metástase.
          Locais mais frequentes da metástase de câncer de mama são fígado, pulmões, ossos e em menor frequência o cérebro.
          É importante fazer o diagnóstico de metástase quando houver, pois o tratamento cirúrgico e medicamentoso pode mudar, entrando-se em linhas paliativas de tratamento.
        1. O Câncer de Mama pode voltar após um tratamento de sucesso? Qual a chance disso? Como eu vou saber se estou livre para sempre do câncer de mama?
          R:
          A recidiva de câncer de mama pode acontecer. Dependendo do tipo de câncer de mama (com ou sem expressão de receptores hormonais) este risco de recidiva pode ser maior precocemente (primeiros 2 anos) no caso de ausência de receptores hormonais ou mais tardiamente (após os primeiros 2 anos) se presença de receptores hormonais.
          Após o tratamento inicial, a paciente é acompanhada periodicamente por uma equipe multidisciplinar incluindo o Mastologista, o Oncologista, o Radioterapeuta e o Radiologista para identificação de recidivas ou novos tumores.
          A adesão ao tratamento em sua íntegra (cirurgia, quimioterapia/endocrinoterapia quando indicados e radioterapia quando indicada) são de extrema importância para diminuir o risco de recidivas ou de novos tumores. Em associação a isso, a mudança de hábitos de vida (dieta e atividade física) é fundamental para reduzir este risco.
        1. Minha mãe, avó, etc. teve um outro tipo de câncer (ovário, tireoide, pulmão, etc.). Isso aumenta minha chance de ter câncer de mama?
          R:
          O câncer de mama acontece a partir de alterações genéticas na célula tumoral. Mas isto não significa que exista hereditariedade. São termos diferentes.
          A grande maioria dos casos de câncer de mama são de origem esporádica, sem história familiar, decorrendo de fatores de risco como hábitos de vida, obesidade, abuso de álcool e outras substâncias, uso excessivo ou prolongado de hormônios na pré ou na pós menopausa, nuliparidade, início precoce e parada tardia da menstruação.
          Porém há casos (e cada vez mais compreendidos e diagnosticados pela maior disponibilidade de testes genéticos non mercado) de síndromes hereditárias, onde existe uma mutação em um ponto do DNA que é transmitida de mãe para filha ou de pai para filha. Dentre estas síndromes, existe uma frequência maior de diagnósticos da Síndrome Hereditária de Câncer de Mama e Ovário associada a mutações nos genes BRCA 1 e 2, onde pode haver risco aumentado além de câncer de mama, mas de ovário, próstata e mama em homens, pâncreas e outros órgãos. Outras síndromes hereditárias podem ter uma gama complexa de tumores associados além do câncer de mama, como sarcomas, tumores cerebrais, tumores de estômago, dentro outros.
          Portanto, a detecção de uma história familiar positiva para múltiplos tumores pode sim estar associada a síndromes hereditárias e merece avaliação com o Oncogeneticista, pois o acompanhamento, tratamento ou medidas redutoras de risco podem ser diferentes dos casos esporádicos.
        1. O autoexame sozinho é suficiente para detectar um tumor?
          R:
          O autoexame sempre foi parte importante para auxiliar a detecção de lesões palpáveis na mama e possivelmente câncer. Atualmente, ele sozinho detecta lesões em estadios mais avançados e o diagnóstico precoce é o foco do rastreamento do câncer de mama. Microcalcificações e lesões não palpáveis representam os principais achados na maioria dos casos de detecção precoce por mamografia (e ultrassonografia se necessário). A detecção de lesões menores e em estadios iniciais permite a realização de cirurgias menores, menos mastectomias, mais opções de tratamento adequado e melhor controle da doença.
      • O Lado Psicológico da Jornada :               
        1. Como lidar com a notícia do diagnóstico positivo?
          R:
          A descoberta do câncer ainda é encarada como sentença de morte. Por este motivo, é muito comum que ao receber o diagnóstico as mulheres se sintam como se tivessem " perdido o chão ". Surgem sentimentos de raiva, revolta e até mesmo dúvidas com relação a eficácia do tratamento.
          Buscar ajuda especializada e obter informações com o seu médico, sobre as possibilidades de tratamento, são caminhos possíveis conseguir superar cada fase. Algumas pessoas se apoiam na fé. Outras preferem contar com sua rede de apoio familiares/amigos. 
        1. Como avisar a família e os amigos?
          R:
          Contar para as pessoas que você está com câncer pode ser tão perturbador quanto receber o diagnóstico. Muitas ficam com medo de preocupar seus familiares e com receio da reação destes.  Como, quando e para quem depende de cada pessoa. 
        1. Meu namorado/marido não está sabendo lidar com meu diagnostico. O que faço?
          R:
          O diagnóstico impacta não só a pessoa, como também os familiares mais próximos no caso do parceiro, não seria diferente. Muitas vezes, eles também têm dificuldade de aceitação. E a mulher por um lado pode se isolar por acreditar que não é mais atraente e eles por usa vez ficam assustados e com receio de tocá-las.
          O ideal é manter um bom diálogo, falar sobre suas necessidades, levar seu parceiro às consultas pode ajudar. 
        1. Meus familiares/amigos só me põem pra baixo. Como me mantenho positiva com essa situação?
          R:
          É muito comum que algumas pessoas digam sobre histórias de conhecidos, cada um vem com uma "receita ", faça isso ou aquilo, precisa ir para igreja etc. Não se aborreça, e tente fazer um filtro com o que vai lhe fazer bem e esteja próximo daquelas pessoas que lhe traga bem-estar.  Buscar ajuda do profissional de psicologia para si e orientações para familiares, pois muitas vezes estes também estão sofrendo e não sabem com essas emoções e não sabem de que maneira podem ajudar o seu familiar. 
        1. Como manter a autoestima após uma mastectomia?
          R:
          A mama possui uma simbologia de feminilidade, sensualidade, maternidade. Situações como a cirurgia para retirada total ou parcial geram repercussões negativas na autoestima. O corpo muda afetando a maneira como a mulher olha para si mesma. Ocorre medo da rejeição, não se sentir mulher.
          Isso porque as mamas são símbolos da feminilidade, sexualidade, com a sua perda a mulher passa por um luto, mesmo que o procedimento seja primordial a preservação da vida.
          Antes mesmo da cirurgia o ideal seria contar com apoio psicólogo. Se você tem um parceiro, converse sobre seus medos e aflições. Existem procedimentos estéticos que também auxiliam a amenizar como os implantes de silicone, tatuagem, próteses removíveis. Autoconhecimento. 
        1. Minha avó e minha mãe tiveram câncer de mama e agora eu também. Isso é uma sina da minha família?
          R:
          Ter parentes próximos com diagnóstico de câncer pode aumentar a chance de você vir a ter a doença. Diante deste fato muitas pessoas sabendo do histórico familiar, ficam com medo e deixam de realizar seus exames regularmente. Quanto mais cedo for diagnosticada, melhor será para o seu de tratamento. 
        1. Qual tipo de apoio psicológico o hospital dá para os pacientes de câncer de mama?
          R:
          O apoio psicólogo no hospital acontece de duas maneiras, com a paciente internada e com acompanhamento via ambulatório. 
        1. Qual tipo de apoio psicológico o hospital dá para os parentes e amigos dos pacientes de câncer de mama?
          R:
          A família é peça fundamental para o paciente, durante a hospitalização podemos realizar orientações de como esse familiar pode lidar com as alterações de humor do paciente, raiva, tristeza, isolamento são as mais comuns. Sendo possível pontualmente também receber orientações da psicologia no ambulatório. 
        1. Eu passei pela jornada do câncer de mama... como posso ajudar quem está entrando nela agora?
          R:
          Procure encorajar para que busquem informações, se mantenham participativas em todo o percurso. Mostre que é possível ter qualidade de vida mesmo passando pelo tratamento oncológico.
      • Cirurgias Estéticas e Próteses – a relação com o Câncer de Mama: 
        1. Tenho uma prótese de silicone, isso aumenta a chance de ter câncer de mama?
          R:
          Não aumenta a chance de câncer de mama.
        1. A prótese de silicone prejudica ou autoexame, ou a mamografia?
          R:
          Não prejudica.
        1. O tratamento do câncer de mama é diferente para quem tem prótese de silicone?
          R:
          Não.
        1. A prótese tem que ser substituída? De quanto em quanto em tempo?
          R:
          A cada 10 anos ou quando apresentar complicações.
        1. Quais os tipos de próteses?
          R:
          As próteses de silicone podem variar quanto a textura e o conteúdo interno. Variam ainda quanto ao local de colocação.
        1. Tenho uma prótese a x anos... tenho que ter algum cuidado especial para não ter mais chances de ter câncer de mama?
          R:
          O risco de câncer é o mesmo que para todas as pacientes da faixa etária. No entanto, o FDA recomenda realizar exame de Ressonância Magnética após 5 anos da cirurgia e controle a cada 2 anos.
        1. Existe situações em que a paciente não deve colocar próteses nos seios?
          R:
          Se já teve complicações relacionadas ao silicone. Contraindicações relativas referem-se a pacientes com doenças imunes.
        1. Existe situações em que a paciente DEVE colocar próteses nos seios?
          R:
          Não há indicação absoluta.
        1. Como é a questão da cirurgia de reconstrução? Tem paciente que tem contraindicação para esse tipo de cirurgia?
          R:
          Depende da quantidade de tecido retirado e da possibilidade de utilizar retalhos. Pacientes com doenças imunes tem que avaliar os riscos benefícios.
      •  Alimentação, mitos e verdade com relação a prevenção. O que devo mudar após meu diagnóstico? 
        1. O que são alimentos ultra processados?
          R:
          São os alimentos industrializados que possuem mais de 5 ingredientes em sua composição, ricos em corantes, conservantes e estabilizantes.
        1. Qual a relação entre sobrepeso e câncer de mama?
          R:
          A gordura corporal é um fator que pode prejudicar o tratamento de câncer de mama, devido sua influência hormonal.
        1. Qual o tipo de alimentação ideal para prevenir o câncer?
          R:
          Alimentação rica em frutas, legumes, verduras e proteínas de boa qualidade. Pobre em embutidos e alimentos ultra processados.
        1. Conheço gente que se cuida muito com alimentação e teve câncer. Também conheço gente que come tudo errado e nunca teve nada. Como se explica isso?
          R:
          Tem vários fatores, um deles e o mais estudado é o fator genética. Porém, hoje, cada vez mais os estudos nos mostram que os fatores externos (sedentarismo, alimentação inadequada, tabagismo e abuso de álcool) estão muito relacionados com o diagnóstico.
        1. Como muda a alimentação de quem acaba de ser diagnosticado com câncer de mama? E em cada fase do tratamento?
          R:
          O ideal é ir criando hábitos, para que sejam efetivos, pois a alimentação que recomendamos para quem está em tratamento é a mesma para todos, para manutenção de saúde. Sobre as fases do tratamento vai depender do aparecimento de sintomas e necessidade de cada paciente. Não existe este extremo, o ideal é o equilíbrio. E se tiver a oportunidade de acompanhar com um profissional nutricionista para adequação individualizada é recomendado.
        1. Depois que a pessoa termina o tratamento, tem algum tipo de alimento que ela não pode, mas comer?
          R:
          Não isoladamente, vai depender da frequência e quantidade de consumo. Nenhum alimento é o vilão ou o herói na nossa alimentação, mais uma vez, tudo é o equilíbrio.

 

      • Câncer de Mama x Atividade Física: antes, durante e após a jornada                                              
        1. Qual a importância da atividade física na prevenção do câncer de mama?
          R:
          Diminui estresse oxidativo (radicais livres) que podem prejudicar o metabolismo intracelular e causar danos ao DNA, RNA, proteínas, lipídios...
          Assim, contribui para proliferação de células com mutação.
        1. Tem algum tipo de exercício que é melhor para prevenir o câncer de mama?
          R:
          Os mais indicados são exercícios aeróbicos, seguindo as recomendações de diretrizes de tratamento do paciente oncológico (65% a 80% Frequência Cardíaca Máxima).
        1. Qual a relação entre sobrepeso e câncer de mama?
          R:
          Tecido adiposo acumula atípicos e outros subtipos celulares capazes de transformar o corpo em um microambiente favorável para surgimento de câncer.
          Pós menopausa, o tecido gorduroso é capaz de produzir estrógeno, quando deveria diminuir a carga desse hormônio, que favorece tumores de mama e endométrio.
        1. Conheço gente que se cuida muito faz exercício todo dia, etc. e teve câncer. Também conheço gente que é sedentária e nunca teve nada. Como se explica isso?
          R:
          Previne e diminui a recorrência??
        1. Quando a pessoa é diagnosticada, como muda a rotina de exercícios dela? Se ela já é muito ativa? Se ela é sedentária?
          R:
          Se ativa, adapta as atividades com as fases do tratamento; se sedentária, inicia atividade aeróbica moderada (150 minutos semanais).
          Atividade física durante o tratamento auxílio na diminuição da fadiga.
        1. Depois que a pessoa termina o tratamento, tem algum tipo de exercício que ela não pode mais fazer?
          R:
          Carga progressiva.
        1. Não gosto de fazer exercício, mas gosto de andar. Isso já basta como exercício?
          R:
          Caminhada (30 minutos/dia por 5 dias /semana).
        1. Quando a gente vai ficando mais velho, muda a rotina de exercícios que é recomendada?
          R:
          Segundo ACSM (American College of Sports Medicine), exercícios para aumento de densidade óssea: Caminhada, natação, hidroginástica, musculação.
        1. Tem algum tipo de lesão relacionada com atividade física que pode se transformar em câncer?
          R:
          Não.
          Apenas para lesões pré cancerígenas, como melanomas, colo de útero, boca, orofaringe entre outros.

 

      • O Recomeço: a vida após a finalização do tratamento: 
        1. O Câncer de Mama tem cura?
          R:
          Sim, a maioria dos diagnósticos de câncer de mama tem cura com os tratamentos atuais.
        1. Com qual frequência eu tenho que ir ao médico para um checkup, após ter passado pela jornada do Câncer de Mama?
          R:
          Após diagnóstico de câncer de mama, os principais guidelines sugerem consultas de 3-3 meses nos primeiros 2 anos, 4-4 meses no 3 ano e 6-6 meses no 4-5 ano após o tratamento do câncer de mama.
        1. Continuo fazendo o autoexame?
          R:Sim, o autoexame deve ser sempre realizado. No entanto, ele não substitui a mamografia anual e a consulta com ginecologista.
        1. Continuo fazendo a mamografia? Com que frequência?
          R:
          Sim, mesmo após o câncer de mama, continuam-se os exames de rastreamento com a mamografia, que é o padrão-ouro! A frequência varia conforme cada caso em anual, semestral ou antes caso indicado.
        1. Qual a chance de minha filha ter câncer de mama, depois que eu tive?
          R:
          O risco de câncer após um familiar próximo pode estar aumentado principalmente no caso de altercações genéticas chamadas hereditárias. Neste caso, indicam-se tratamentos preventivos e rotinas mais precoces nos exames e consultas.
          No entanto, menos de 5% dos casos são hereditários. A maioria dos tumores de mama são chamados esporádicos e a rotina pode ser a habitual de todas as mulheres, mamografia anual e consulta ginecológica anual.
        1. Como trabalhar a autoestima após a jornada do câncer e mama?
          R:
          Vencer um câncer é um desafio, mas um desafio tão grandioso também é viver após este turbilhão de emoções. A autoestima é um processo que depende de cada um. Manter-se de bem com q vida, fazer o que gosta e estar perto das pessoas que amamos faz com que a autoestima se mantenha firme e forte.
          O ritmo saudável de atividade física, cuidados alimentares e com a saúde ajudam a elevar a autoestima.
        1. Sinto que nasci de novo depois do tratamento! Como posso transmitir isso para quem acabou de ser diagnosticada?
          R:
          Muitas vezes ter diagnostico do câncer se torna um marco na vida e pode ser considerado um renascimento, uma nova vida. As pessoas podem “escolher” em ser uma boa nova vida ou uma má nova vida. Tudo depende do olhar, do modo como você leva este processo de transformação. Porém, se algo acontece hoje com vocês, como o câncer, podemos tentar levar como um grande processo de transformação de pessoa, de vida e aprendizado.
        1. Como as mulheres que tiveram câncer de mama se inserem de volta em suas vidas pessoais e profissionais? Como o hospital ajuda nesse processo?
          R:
          Este processo é muito particular. De repente q mulher percebe o que faz bem e o que não faz. Quando a vida profissional é prazerosa vejo que as pacientes conseguem voltar e bem para sua nova vida, sempre com adaptações positivas, quando possível, para adequar a um ritmo de vida mais saudável. O contrário, quando a vida profissional previa não era prazerosa, muitas vezes o câncer se torna um “divisor de águas “para tomadas de decisões e mudança de vida.
        1. A doença me fez enxergar quais parentes e amigos merecem meu amor e quais são tóxicos para mim. Estou errada em me afastar deles?
          R:
          De forma alguma. Na vida sempre temos pessoas amigas e toxicas, porém quando se depara com uma situação mais difícil, sempre escolhemos nos afastar do que é ruim. Somente o positivo agrega.
        2. Como é a vida sexual após o final do tratamento?
          R:
          A vida sexual pode ser mantida durante o tratamento. O carinho e apoio do companheiro são fundamentais para que esta fase passe mais facilmente a vez que o corpo e as emoções mudam. As alterações hormonais que ocorrem na mulher contribuem para mudanças no corpo e na mente pois muitas mulheres entram na menopausa bem rapidamente. Após o tratamento, a ajuda do companheiro e da equipe multidisciplinar com ginecologista, oncologista, psicólogo, educador físico, nutri podem ajudar e muito a vida sexual da mulher.
        3. Sempre sonhei em ter filhos? Ainda tenho chances após o final do tratamento?
          R:
          Ter câncer não impede de gestar.
          Antes dos tratamentos sempre sugerimos consultas com equipe de fertilidade para avaliar congelamento de óvulos pois a quimio pode impedir ovulação e fertilidade.
          Orientamos um período de 2-3 anos após l tratamento para que p corpo de reestabeleça e assim possamos “liberar” para processo de gestação caso seja o desejo da mulher. Após o nascimento do bebê, orientamos a retomado do tratamento com toda segurança.

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